Não lembro quando o céu nublou
Não sei quando parei de andar
Minha vida é um dado que se lançou
em um incerto jogo de azar
Solitário preso no escuro
Procurando a porta pro amanhã
O dia chega e o cinza invade tudo
Não sei quando o tempo nublou
Não sei quanto tempo passou
Já é difícil me concentrar
com essas vozes
Quanto mais me perder no mar negro
do céu profundo
Com estrelas como lamparinas
iluminando o papel
Não sei quando parei de andar
Não sei quando parei de ouvir
Medroso comecei a fugir
pra onde a luz ainda brilha
Fugindo das sombras que tanto zelei
Fugindo das sombras que eu inventei