quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Bruxa do Céu Noturno

Não lembro quando o céu nublou
Não sei quando parei de andar
Minha vida é um dado que se lançou 
em um incerto jogo de azar

Solitário preso no escuro
Procurando a porta pro amanhã
O dia chega e o cinza invade tudo

Não sei quando o tempo nublou
Não sei quanto tempo passou

Já é difícil me concentrar 
com essas vozes
Quanto mais me perder no mar negro
do céu profundo
Com estrelas como lamparinas 
iluminando o papel

Não sei quando parei de andar
Não sei quando parei de ouvir

Medroso comecei a fugir
pra onde a luz ainda brilha
Fugindo das sombras que tanto zelei
Fugindo das sombras que eu inventei

sábado, 6 de agosto de 2011

Corpus Christi

Hoje, hoje é um dia especial
Estou mais velho do que nunca e o mais novo que serei
Ainda movido pela eterna destruição
Onde está o indescritível amor das suas poesias?
Se perdeu dentro de seus conceitos tão formais.
Mas hoje, hoje! É dia de celebração
É o dia simbólico da baleia se vingar
o dia de matarmos mais um salvador
e de comer sua carne mais tarde
Onde está todo o bom senso que continha em seus anais?
está em anexo?
ainda hoje, tentarei viajar um pouco
procurar em fantasias o que desejo viver
Onde os dragões são mais frágeis
Ó pobre angústia que vejo em seu sorriso
Em lábios que seguram outro cigarro
que beijam amigos e também escarram
que copiam poetas em suas canções
Ah mas hoje vou encher o copo
Comemorar com orgulho o que o orgulho construiu
Ainda não consigo definir direito
o que é uma baleia mesmo?
do que me orgulho mesmo?
É só cavar um pouco mais pra poder rir
o quão ridículo tudo se tornou
Onde está aquele vívido gargalhar que era
o motivo da existência de todos até os 16?

O mais velho que foi.
O mais novo que será.
Hoje.

terça-feira, 7 de junho de 2011