- Vamos! Pegue minha mão, rápido!
Ele se debatia tentando, desesperadamente, subir a bordo. Usava de todas suas forças, consumido pelo mais puro instinto, mas quanto mais tentava, mais se afastava do navio.
- Não adianta debater-se, é inútil! Você vai precisar de toda sua coragem pra sair dessa.
- Tenho medo! Diga-me o que fazer - Gritou, já quase se afogando.
- Esqueça tudo o que seu instinto lhe obriga a fazer agora e relaxe. É difícil mas preciso. Depois feche os olhos e segure minha mão.
E ele o fez. De uma hora pra outra todo o resto se apagou. Ele apenas sentia o flutuar do seu corpo em meio a imensidão do oceano.
Quando acordou do transe estava em uma praia. No horizonte, o navio onde estivera.
Sentou e perguntou-se se era louco ou são por ter segurado a mão do mar.
No navio és uma peça
nada mais
No mar tu és nada
mesmo que peça
Ainda que poça
por mais que penses
que és.
que és.